segunda-feira, junho 13, 2016

EUA: O ATIRADOR DE ORLANDO / Os fatos / Histórico / Pior desde 11 de setembro

Atirador de Orlando expressou lealdade ao Estado Islâmico antes do massacre

Ao menos 50 pessoas morreram e 53 ficaram feridas depois que Omar Mateen abriu fogo com um rifle; FBI investiga ação como "ato terrorista"


Omar Mateen, suspeito de ser o autor do atentado em uma boate gay na Flórida (Crédito: Reprodução)

Citando fontes policiais, a rede NBC disse que o atirador, acusado de matar ao menos 50 pessoas na madrugada de domingo, telefonou para o 911 pouco antes do tiroteio para anunciar sua lealdade ao chefe do EI.
A emissora CNN cita, porém, um funcionário americano que declara que “o FBI imediatamente acreditou que era um ataque islamita, por causa dessa chamada”.
“Sabemos que era alvo de uma investigação, ao menos no passado. Não estava no centro dessas investigações, mas era suspeito de ter vínculos com os radicais islâmicos e simpatia com a ideologia radical islâmica”, declarou a fonte à CNN.
Os Estados Unidos amanheceram em choque neste domingo diante do pior tiroteio de sua história, que deixou 50 mortos e 53 feridos em uma boate gay em Orlando, na Flórida, de acordo com o último balanço das autoridades.
O ataque está sendo investigado como um “ato terrorista”.

Os fatos

O que se sabe sobre massacre de Orlando

Quem é o atirador?
O suspeito seria, segundo diferentes veículos da imprensa americana, Omar Seddique Mateen, de 29 anos.
Cidadão americano, esse filho de pais afegãos vivia a 200km a sudeste de Orlando, na cidade de Port Saint Lucie.
A rede CBS News informou que Mateen não tem antecedentes criminais, mas autoridades estão buscando possíveis “inclinações” com o extremismo islâmico.
O atirador já foi identificado pelo FBI, a Polícia Federal americana, que anunciará seu nome oficialmente depois de notificar seus familiares.
Mateen morreu em uma troca de tiros com agentes na boate.
Os oficiais recuperaram do suspeito um revólver, uma metralhadora AR-15 e um número desconhecido de munições.
Qual era o alvo do atirador?
A boate Pulse, local do massacre de Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos.
O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar: a morte, em 1991, do irmão da cofundadora e coproprietária do local, vítima da aids.
A Pulse faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para “despertar as consciências” sobre a homossexualidade nos Estados Unidos e no mundo.
Qual foi o motivo do atirador?
O FBI abriu uma investigação por “ato de terrorismo”. Os policiais buscam determinar o que levou o homem a entrar na boate com uma metralhadora e um revólver na noite do Orgulho Gay nos Estados Unidos.
O FBI informou sobre “simpatias por essa ideologia particular”, referindo-se ao movimento islamita. O pai do suspeito, Mir Seddique, declarou, porém, que “isso não tem nada a ver com religião”.
Seddique explicou à rede NBC que seu filho se irritou, há algum tempo, quando viu dois homens se beijarem na frente de seu filho e de sua mulher, em Miami.
bur-nr/sha/md/yow/pr/lb/tt

Histórico

Antecedentes do atirador de Orlando indicam homem violento e homofóbico

O suspeito é Omar Mateen, de 29 anos, um cidadão americano muçulmano de origem afegã, que trabalhava como segurança.
As autoridades americanas investigam as motivações do atirador, se ele tinha vínculos com algum grupo, ou organização, e se seu ataque foi inspirado pelo terrorismo islamita.
Citando fontes das forças de segurança, veículos da imprensa americana informam que Mateen ligou para o 911 pouco antes do massacre para expressar sua lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Familiares do atirador entrevistados pela imprensa rejeitam essa versão, afirmando que Mateen não era muito religioso, mas era homofóbico e batia, com frequência, na ex-mulher.
Em choque, o pai de Mateen, Mir Seddique, disse que seu filho estava furioso, após ter visto recentemente dois homossexuais se beijando em uma rua de Miami.
“Estávamos no centro de Miami, em Bayside. Tinha gente tocando música”, contou o pai à rede NBC.
“Ele viu, então, dois homens se beijando, na frente de sua mulher e de seu filho, e ficou enfurecido”, disse Seddique.
O tiroteio, o pior da história recente dos Estados Unidos, ocorreu na boate Pulse, uma conhecida casa gay de Orlando.
“Estamos em choque como todo o país”, completou Seddique, insistindo em que “isso não tem nada a ver com a religião”.
Em outra entrevista, uma ex-mulher do suspeito, que o abandonou em 2011 por temer por sua vida, revelou que ele era violentamente abusivo.
“Não era uma pessoa estável”, declarou a ex-esposa ao jornal The Washington Post, que não divulgou sua identidade por questões de segurança.
“Ele me batia. Podia chegar em casa e começar a me bater só porque a roupa não estava lavada, ou alguma coisa do tipo”, relatou na entrevista.
Segundo o relato da ex-esposa de Mateen, ambos se conheceram em Nova York, mas se mudaram para Fort Pierce, na Flórida, em março de 2009.
Os pais da ex-mulher do atirador conseguiram tirá-la dessa relação e, depois, ela se divorciou, como mostra um documento judicial obtido pela AFP.
A ex-esposa o descreveu como uma “pessoa privada”, mas não particularmente expressiva sobre sua fé muçulmana.
Ele tinha um revólver de pequeno calibre e trabalhava como segurança em um centro de reclusão para jovens delinquentes.
Segundo um artigo do site Daily Beast, que cita fontes do FBI, Mateen foi investigado duas vezes por possíveis laços com extremistas em 2013 e em 2014, mas nunca foi processado.
De acordo com o Departamento de Agricultura e Serviços do Consumidor da Flórida, a licença de porte de armas de Marteen expira em setembro do próximo ano.
dc/sg/md/yow/pr/tt

 

Pior desde 11 de setembro

Obama e pré-candidatos expressam indignação com massacre em Orlando

Obama disse que o massacre é o maior da história norte-americana e que o FBI (a polícia federal dos EUA) está investigando o ataque como “ato de terrorismo”. “Uma boate é um lugar de solidariedade e empoderamento. A tragédia de hoje nos lembra ainda o quão fácil é adquirir armas na América”, acrescentou o presidente norte-americano, em um pronunciamento à nação.
O governador da Flórida, o republicano Rick Scott, disse estar com o “coração partido” com o ataque. “Este é claramente um ato de terrorismo. É revoltante. Isso faz com que cada americano fique triste hoje”, disse, exaltando também o trabalho dos profissionais da polícia e dos bombeiros que trabalharam para socorrer as vítimas.
Uma linha de investigação suspeita que o autor do massacre, o descendente de afegãos Omar Mateen, teria agido por motivação religiosa. O pai do rapaz, Mir Seddique, refutou esta tese e disse acreditar em homofobia. Ele contou que uma vez o seu filho ficou furioso quando viu dois homens se beijando em Miami, há alguns meses.
O coordenador regional da Flórida do Conselho de Relações Islâmico-Americanas, Rasha Mubarak, ofereceu os pêsames às famílias. “A comunidade muçulmana se une aos nossos colegas americanos no repúdio a este terrível ato de violência”, afirmou.
O bilionário republicano Donald Trump, que já sugeriu a expulsão de muçulmanos caso seja eleito presidente dos EUA, disse estar orando pelas vítimas e suas famílias. Pelo Twitter, ele pediu ainda “tenacidade e vigilância” contra o terrorismo radical islâmico.
Do lado democrata, as reações foram menos polêmicas. À rede de TV NBC, o senador Bernie Sanders disse esperar que todos os familiares do tiroteio possam se recuperar. No Twitter, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton disse que seus pensamentos “estão com as pessoas afetadas por este ato horrível”.
O ataque também provocou reações de autoridades ao redor do planeta.
O papa Francisco disse ter “o mais profundo sentimento de horror e condenação”. O pontífice denunciou ainda “a loucura homicida e o ódio sem sentido” e disse que se une às famílias das vítimas em uma corrente de “oração e compaixão”.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse que “o coração dos italianos está com os nossos irmãos norte-americanos”.
Por meio de um comunicado, o presidente da França, François Hollande, expressou “todo o suporte da França e das autoridades do país com as vítimas e familiares do massacre”. Fonte: Associated Press.


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